quarta-feira, 14 de março de 2012

ANTES DE MIM?





O Teatro 4 de Setembro apresenta dia 15 de março a partir as 20h o espetáculo "17 minutos antes de você”. Todo concebido a partir da dramaturgia da ação e do silêncio, da dramaturgia física em detrimento da palavra, a montagem vem emocionando e divertindo desde a sua estréia, em agosto de 2008.

Ambientando a terceira idade, através da poesia e do humor, "17 minutos antes de você" traz à cena o desencontro cotidiano de um casal da terceira idade, com todas as suas ranzinzices, seus silêncios, sua circularidade, repetições, costuradas por uma linguagem de caráter popular que lembra o povo mais velho de regiões interioranas de pelo menos duas, três décadas atrás.

A montagem, assinada pela Truá Cia de Espetáculos, mescla elementos do teatro do absurdo com a leveza e simplicidade do dia a dia da pessoa  idosa.A peça já faturou os prêmios de Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Texto Original e Melhor Ator no Festival de Teatro de Horizonte – CE. A ficha técnica é composta pelo diretor (Eraldo Maia) e do Co-diretor (Elielson Pacheco); Do iluminador (Bruno Elsenn) e da operadora de som (Giselle Morais); e dos atores Vitorino Rodrigues (mulher) e Júnior Marks (homem). (www.tribunadopiaui.com.br)

A Peça sugere traços do Teatro do absurdo, e aqui me proponho à esclarecer algo sobre a tendência. O teatro do absurdo é um “estilo” de peça, podem ser descritas como surreais também, pois são peças, histórias e livros que são simplesmente absurdas, quem me conhece sabe que eu adoro surrealismo, tanto na pintura como na literatura. Bem, o único problema em chamar esse estilo de “teatro do absurdo” é que você tem que deixar alguns escritores de lado, que poderiam entrar na lista. Como o Franz Kafka. A peça “fala” sutilmente sobre a nossa condição humana, esperando sempre por algo que não existe ou que nunca chega. Sobre a nossa desesperança. A peça é sobre cada um de nós. Quem são os “17 minutos”? O que são “17 minutos”? Ele existe? Seria Deus? Seria a liberdade? Um objetivo humano inalcançável? Seria a certeza de nossa existência? (Pois a peça é existencialista).

O Teatro do Absurdo une a comicidade ao trágico sentimento de desolação e de perda de referências do homem moderno. Tal sentimento deriva não apenas do horror da Segunda Guerra como também da Guerra Fria. Provando mais uma vez estar enquadrada na categoria do absurdo, a peça traz Lili Marlene em sua trilha sonora. Um clássico de Marlene Dietrish imortalizado em tempos de guerra.

O espetáculo é, entretanto, dos atores, indiscutivelmente. O Cenário é simples, a sonoplastia é simples, o figurino é simples, a maquiagem é simples, mas os atores são dois grandes MONSTROS teatrais da atualidade. O que faz com que a simplicidade dos artefatos nos passe despercebida. Vitorino Rodrigues, mostra neste espetáculo, o que se propôs a ser (até que enfim!). Júnior Marks, prova, mais uma vez, que talento independe de anos de estudo. Talento é Natureza. Ele se aperfeiçoa, claro! Mas está ali, sempre, inquieto, até ser estimulado. O que o Ator faz ESPETACULARMENTE bem: Estimular seu próprio talento. Tranqüilo e bem humorado, Marks acima de tudo brinca. Brinca de ser outra pessoa, de ter outra vida, de amar e odiar, de matar e morrer, de beijar e apanhar.

Vale a pena conferir! EU estarei lá para prestigiar o Trabalho mais comentado dos tablados piauienses, digo, o MELHOR trabalho teatral do momento. Espero a todos!



DATA: 15 de março de 2011

HORA: 20Hs

LOCAL: Theatro 4 de setembro

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